Esta segunda-feira (22) foi o primeiro dia de aula para milhões de brasileiros, e a recepção que esses alunos e professores tiveram não foi exatamente a ideal. 
Nova série, novos colegas e uma novidade também no material escolar: uma toalha, para enxugar o rosto uma, duas, várias vezes. “É muito quente, muito calor”, diz um estudante. 
Na hora de ir para a sala, parte dos alunos de uma escola pública no Rio teve sorte. A aula é com ar condicionado, mas o suor não para. É que, mesmo com a refrigeração, a temperatura na sala é de quase 32ºC. Na outra sala, os lugares mais disputados são perto do ventilador. E a classe está barulhenta. 
Quando a temperatura sobe, o professor já sabe que o rendimento da turma pode cair. A capacidade de concentração diminui, e o aluno tem mais dificuldade para fixar o conhecimento. 
“Eles ficam mais agitados, não compreendem muito e não conseguem participar muito das aulas”, comenta a professora Cíntia Azara. 
As aulas começaram quentes em quase todo o país. Em Aracajú, os estudantes improvisam leques e estão dispersos e incomodados. “Sinceramente, está insuportável, é muito calor mesmo. As salas são muito abafadas”, critica uma estudante. 
O aluno do Maranhão lembra que o pior momento é depois das brincadeiras no pátio. “A gente vem do recreio e fica muito suado”, diz um menino. 
Estudos comprovaram que temperaturas acima dos 30ºC diminuem um terço da nossa capacidade intelectual. E com o suor vão embora substâncias importantes. “Você fica com preguiça”, declara um adolescente. 
O médico recomenda: “o ideal é que esses alunos ingerissem, no mínimo, 1,5L de água por dia e que a alimentação fosse baseada em frutas e produtos à base de soja, porque repõem esses sais minerais perdidos com as altas temperaturas e fica mais fácil a digestão”, explica o endocrinologista Tercio Rocha. 
Os alunos de Goiânia levam garrafas com água para a escola. No Rio de Janeiro, tem fila nos bebedouros. E as aulas vão seguir, com várias interrupções. “Eu peço direto para ir ao banheiro molhar o cabelo e beber água, porque não dá”, diz um estudante. 
O estudo que mostra os efeitos do calor na aprendizagem dos estudantes é da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
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